A “National Alopecia Areata Foundation” (NAAF) é uma
fundação localizada nos Estados Unidos e tem como objetivo apoiar pesquisas
para investigação da cura ou tratamento, apoiar os pacientes e educar o público
em geral sobre Alopecia Areata.
Em setembro, a NAAF
promove um mês inteiro de conscientização da doença, contribuindo para
diminuição do preconceito e auxiliando os pacientes a lidarem com a doença.
O acesso ao site da NAAF é pelo endereço: www.naaf.org.
A Dermatologista da Unimed Mossoró, Dra. Patrícia
Rossiter, fala sobre essa doença.
Confira:
ENTREVISTA
O que é alopécia areata?
Alopécia
significa perda dos cabelos. A Alopécia Areata é um tipo de queda de cabelo.
Pode acometer os cabelos e também cílios, sobrancelhas, barba ou pelos de
qualquer parte do corpo. Ocorre em homens e mulheres, inclusive em crianças.
Qual é a causa?
O
que causa a queda na Alopécia Areata é o ataque dos folículos pilosos pelas
células de defesa, por isto é uma doença autoimune. Muitas vezes, é
possível identificar um fator emocional estressante que serve de gatilho para o
início do problema.
Alopécia Areata é contagiosa?
Não é uma
doença contagiosa.
É fácil reconhecer a Alopécia Areata?
Sim.
O Dermatologista reconhece a Alopécia Areata através da história contada pelo
paciente e seu exame dermatológico. Poucas vezes é necessário de mais exames. A
história é sempre de uma queda abrupta dos fios, que deixa áreas bem
delimitadas de couro cabeludo liso, sem cabelos. Ao tracionar levemente os fios
ao redor daquela área, eles se desprendem facilmente, sem causar dor. Esta
forma que aparece em áreas é a mais comum, a FORMA LOCALIZADA.
Quais são as formas de Alopécia Areata?
Localizada:
ocorrem uma ou mais áreas arredondadas de perda dos cabelos, no couro cabeludo
ou no corpo. É a forma mais comum e a que responde melhor ao tratamento.
Alopécia
total: é quando se perde todos os cabelos do couro cabeludo.
Alopécia universal: todos os pelos do corpo se
perdem, juntamente com os cabelos. O tratamento é mais difícil.
Existem outras causas de queda de
cabelo?
Sim,
existem muitas causas. A mais comum é a alopécia androgenética, a popular
calvície, que acomete até 80% dos homens e 40% das mulheres. Outros tipos de
queda podem simular a Alopécia Areata, como a tinea capitis, que é a queda
provocada por fungos, e a tricotilomania, que é causada pela compulsão de
arrancar os fios de cabelo.
Como é a vida de quem tem Alopécia
Areata? Como pode afetar a vida da pessoa?
A
queda de cabelo não costuma provocar coceira nem dor física. O que mais
interfere na vida daqueles que têm Alopécia Areata é a vergonha, a falta de
informação e o medo de sofrer preconceito. As mulheres são as que mais
sofrem, principalmente com a forma total, por afetar imensamente sua autoestima.
O que tem sido feito para reduzir
o preconceito?
A
divulgação de informação é a melhor forma de reduzir o preconceito, como
estamos fazendo hoje. O incentivo à doação de cabelos para confecção de perucas
para estas pacientes também é uma bela iniciativa, como tem sido feito pela
Sociedade Brasileira de Dermatologia. Nas formas que não respondem bem ao
tratamento, as perucas devolvem a autoestima dessas mulheres.
Como é o tratamento da Alopécia Areata?
A
modalidade do tratamento é escolhida pelo Dermatologista após avaliar o grau de
acometimento e o perfil do paciente. Pode ser feito com tópicos, injetáveis ou
medicações sistêmicas, e leva um tempo, semanas, para haver resposta. Com o uso
do dermatoscópio, o especialista avalia se a atividade da doença está
regredindo ou não e ajusta o uso do remédio a cada nova avaliação. O
objetivo é controlar aquele surto de queda, mas outros surtos podem acontecer,
e não há como prever se e quando ocorrerão novos surtos no mesmo paciente. Por
isso, é importante uma boa relação entre o paciente e a sua dermato, que deve
estar disponível para orientar e acompanhar. Como o estresse emocional pode
interferir na atividade da doença, e o problema muitas vezes causa alterações de
autoestima, também pode ser necessário um acompanhamento psicológico.
Sobre Dra. Patrícia Rossiter
Residência
Médica em Dermatologia no HUOL-UFRN. Título de Especialista em Dermatologia
pela SBD/AMB. Especialização em Estética e em Tricologia Médica pela USP.
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