segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Cientistas criam vacina contra hepatite B administrada por spray nasal

Pesquisadores da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, em Portugal, desenvolveram um spray nasal para administrar vacinas genéticas contra a hepatite B, mais eficazes e menos custosas que as injetáveis.

O projeto, de especial interesse para países subdesenvolvidos e até o momento testado de forma positiva em ratos, é dirigido pelo Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) da Universidade de Coimbra e poderia se estender à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

O objetivo, segundo informou a própria universidade, é criar uma vacina genética que seja mais vantajosa para países em desenvolvimento nos quais há falta de profissionais da saúde, como enfermeiros, que possam aplicar a vacina injetável.

Além disso, se eliminariam as complicações que podem ser geradas a partir da injeção, assim como as infecções que se originam pela reutilização das seringas.

O projeto, coordenado pela pesquisadora portuguesa da Universidade de Coimbra, Olga Borges, foi publicado recentemente na revista científica "Molecular Pharmaceutics".

Como funciona

Segundo Borges, as moléculas terapêuticas desta vacina genética seriam transportadas da mucosa nasal ao interior das células, o que ficou comprovado nos testes desenvolvidos com ratos.

Esta futura vacina se basearia nas moléculas denominadas "plasmídeos" que, em teoria, são muito mais resistentes às variações de temperatura que as vacinas comercializadas na atualidade, baseadas nos antígenos que estimulam o sistema imunológico.

Neste caso, segundo a Universidade de Coimbra, os plasmídeos são pequenas moléculas que transmitem informação genética para as células do corpo, motivo pelo qual são capazes de ativar mecanismos de defesa no organismo humano e, assim, conseguiriam combater o vírus que origina a hepatite B.

Olga Borges assegurou que "as nanopartículas desenvolvidas também poderão ser usadas para prevenir doenças sexualmente transmissíveis, já que induzem a produzir anticorpos na mucosa vaginal, de forma mais eficaz que as vacinas injetáveis".

O projeto, que conta com a colaboração da Universidade de Genebra, faz parte de uma linha de pesquisa iniciada na Faculdade de Farmácia de Coimbra no ano 2003.

FONTE: Portal G1.

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