Os empresários do setor da indústria de transformação retomaram o
otimismo quanto à possibilidade de um crescimento das atividades nos próximos
meses, revertendo o comportamento de desânimo manifestado em agosto último.
É o que mostra o Índice de Confiança da Indústria (ICI), relativo a
setembro, com alta de 2,1 pontos ante uma queda de 1 ponto em agosto, passando
de 86,1 para 88,2 pontos. A marca foi a mais elevada desde julho de 2014 (88,8).
O ICI avalia a percepção dos empresários em relação aos negócios atuais
e, no médio prazo (seis meses), por meio da Sondagem da Indústria de
Transformação feita pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio
Vargas (Ibre/FGV). Entre 5 e 23 de setembro, foram ouvidos dirigentes de 1.122
companhias. De um total de 19 segmentos, 12 indicaram melhoria nas avaliações,
tanto em relação ao momento atual quanto no quadro previsto para daqui a seis
meses.
O Índice de Expectativas (IE) avançou 2,5 pontos e atingiu 89,8 pontos,
o maior desde junho de 2014 (90,3 pontos). Já o Índice da Situação Atual (ISA)
aumentou 1,5 ponto, alcançando 86,7 pontos, o maior desde janeiro de 2015 (88,4
pontos).
A pesquisa mostra que, em relação ao momento presente, o resultado foi
influenciado pelo nível dos estoques. A proporção dos entrevistados que
consideraram os estoques excessivos teve queda, passando de 14,1% para 12,7%.
Ao mesmo tempo aumentou de 5,4% para 7,1% a parcela dos que avaliaram os
estoques como insuficientes. Este foi o maior índice desde maio de 2013 (7,3%).
Capacidade
Instalada
Quanto ao Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) ocorreu
pequena elevação, de 0,9 ponto percentual, atingindo 74,7%, no maior patamar
desde dezembro de 2015.
O superintendente de estatísticas públicas do Ibre/FGV, Aloisio Campelo
Junior, disse - por meio de nota - que “a leitura desagregada dos quesitos da
pesquisa sugere uma recuperação lenta e sujeita a sobressaltos pelo lado da
produção, decorrente do esforço para normalização de estoques e da recente
perda de fôlego das vendas externas”.
Ele acrescentou que o setor continua desapontado com a demora na
recuperação do mercado doméstico, mas que vê com otimismo a possibilidade de
melhora nos próximos meses.
Entre março e setembro houve um ganho acumulado de 13,5 pontos, mas o
índice ainda é considerado baixo com a média do terceiro trimestre em 87,1
pontos, marca semelhante à do terceiro trimestre de 2014, “período em que a
economia brasileira já estava em recessão”, aponta o comunicado.
FONTE: Portal No Minuto.
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