segunda-feira, 23 de maio de 2016

Dados mostram que poluição causa mais mortes prematuras que conflitos armados


A poluição e a degradação do meio ambiente causam a morte prematura de 12,6 milhões de pessoas por ano, número 234 vezes superior ao provocado pelos conflitos armados. É o que revela um relatório apresentado hoje (23) na inauguração da segunda Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-2), que nesta semana reúne em Nairóbi delegados de 173 países para estabelecer acordos que permitam um desenvolvimento sustentável.

"Nossas economias matam muita gente em nome do desenvolvimento. Uma de cada quatro ou cinco mortes prematuras são causadas por nós mesmos. É o que se chama massacre ou assassinato", disse o diretor do Programa das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner.

Segundo o estudo, intitulado "Meio ambiente saudável, gente saudável", mais de 25% das mortes de crianças menores de cinco anos e 23% das mortes registradas a cada ano se devem à deterioração do meio natural. A maior parte desses falecimentos se concentra no Sudeste Asiático e no oeste do Pacífico, com 28% e 27% do total, respectivamente.

Na África Subsaariana, estima-se que 23% das mortes estão relacionadas com a poluição; 22% no leste do Mediterrâneo, 15% na Europa e em torno da mesma porcentagem no continente americano.

Uma das provas que demonstram o vínculo cada vez mais próximo entre meio ambiente e a saúde é o aumento das doenças não transmissíveis ou crônicas, que matam 38 milhões de pessoas a cada ano, 75% delas em países de rendas médias e baixas. Assim, a poluição ambiental, na origem de muitas doenças respiratórias, mata 7 milhões de pessoas anualmente, 4,3 delas pelas más condições de vida nos ambientes domésticos de países em desenvolvimento.

Objetivos da Assembleia

A UNEA-2 debate, nesta semana, como tornar realidade o pacote de medidas para proteger os ecossistemas previsto na Agenda 2030, a qual estabelece os objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU e o Acordo de Paris sobre a Mudança Climática (COP21).

Além deste marco multilateral, os delegados debaterão medidas para lutar contra o tráfico ilegal da flora e de fauna e dos resíduos tóxicos, pela defesa dos oceanos, pela redução do impacto dos conflitos armados no meio ambiente e pela melhora da saúde humana.

O presidente da UNEA-2, o costa-riquenho Edgar Gutiérrez, ressaltou o grande desafio que enfrenta nesta semana o conhecido como "parlamento do meio ambiente".

"Temos que enviar uma mensagem que chegue ao povo. Que alguém na rua leia e diga: estão falando para mim e tenho que mudar", manifestou.

FONTE: Portal G1.

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