O Brasil perdeu 23.565 leitos na rede pública de saúde entre 2010 e
2015, segundo levantamento divulgado hoje (17) pelo Conselho Federal de
Medicina (CFM). A redução é de 7% – passou de 335.482 para 311.917. De acordo
com a organização, as maiores perdas são em psiquiatria, obstetrícia, pediatria
e cirurgia geral. A oferta de UTI também é apontada como aquém da necessidade.
O conselho avalia o quadro como “alarmante”. Os dados foram extraídos do
Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde do Brasil, do ministério.
As maiores reduções aconteceram, proporcionalmente, no Rio de Janeiro
(22%), Sergipe (20,9%), Distrito Federal (16,7%), Paraíba (12,2%), Goiás
(11,5%) e Acre (11,5%). Sete estados, porém, registraram aumento no número de
leitos no período: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Amapá, Tocantins, Espírito
Santo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina (veja quadro ao lado).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS) não recomendam ou estabelecem taxas ideais de número de leitos por
habitante. Pelo levantamento, porém, é possível observar que, em relação a
outros países com sistemas universais de saúde, o Brasil tem indicadores piores.
Para a entidade, a insuficiência de leitos é um dos fatores que aumenta
o tempo de permanência dos pacientes nas emergências. O problema faz com que
eles acabem "internados" nos pronto-socorros à espera do devido
encaminhamento. Essa seria a principal causa da superlotação e do atraso no
diagnóstico e no tratamento, que, por sua vez, aumentam a taxa de mortalidade.
Por
especialidade
Segundo o levantamento, o número de leitos de cirurgia geral passou de
41.470 para 38.503 – diferença de 2.967. Os procedimentos realizados na área
incluem intervenções no abdômen, cabeça e pescoço, tecido músculo-esqueletal,
sistema endócrino, traumas em geral (como os de acidente de trânsito),
oncologia e doenças em fase crítica.
Também houve redução expressiva nos leitos em psiquiatria, que caíram
27,9% (passando de 38.713 para 27.912). Outra área em que a queda causou
preocupação para o conselho foi obstetrícia: a oferta passou de 46.045 para
41.024 entre 2010 e 2015.
FONTE: Portal G1.
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