Em uma sessão que durou mais de 16 horas, o Congresso Nacional aprovou
hoje (25) de madrugada, em votação simbólica, o projeto com a revisão da
meta fiscal para 2016. O texto autoriza o governo federal a fechar o ano com um
déficit primário de até R$ 170,5 bilhões nas contas públicas.
Os parlamentares aprovaram o relatório do deputado Dagoberto (PDT-MS),
que invocou o “momento excepcional” ao pedir a aprovação do texto. “Não podemos
ignorar as dificuldades financeiras que o país vem enfrentando. O momento
político requer grande esforço de todos em prol da retomada do crescimento”,
disse.
A meta fiscal, economia que o governo promete fazer para pagar a dívida
pública, gira em torno da expectativa da receita arrecadada e também dos
gastos. A nova meta com o déficit foi anunciada na sexta-feira (20) pelo então
ministro do Planejamento, Romero Jucá, e pelo ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles.
Dificuldades
Apesar de o texto não detalhar os cortes, do total de R$ -170,5 bilhões,
R$ -163,9 bilhões dizem respeito ao déficit para o setor público não financeiro
para o Governo Central, dos quais R$ 114 bilhões referem-se ao déficit fiscal,
acompanhado de R$ 21,2 bilhões de descontigenciamento de receitas; R$ 9 bilhões
para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); R$ 3,5 bilhões para
o Ministério da Defesa; R$ 3 bilhões para a Saúde; R$ 13,3 bilhões para
renegociação de dívidas dos estados e outras despesas. Também entram no cálculo RS 6,554 bilhões para os estados e municípios.
O governo interino justificou o resultado alegando dificuldades diante
da crise econômica e queda nas receitas com um recuo do Produto Interno Bruto
(PIB) de 3,8%. Também contribuiu o fato de que, caso a meta não fosse revista
até o dia 30 de maio, o governo ficaria “paralisado”, uma vez que na prática
teria que cortar mais despesas para cumprir a meta enviada por Dilma, com
previsão de superávit de R$ 24 bilhões.
O valor, fixado na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016, passava para R$
30,5 bilhões, considerado todo o setor público (estados e municípios também).
Contudo, já em março, o governo da presidenta afastada Dilma Rousseff disse que
teria como cumpri-la e apresentou proposta de revisão com déficit de R$ 96,6
bilhões nas contas públicas.
FONTE: Portal No Minuto.
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