terça-feira, 21 de junho de 2016

Autoridades do RN se posicionam a favor de Projeto de alteração na Lei Maria da Penha

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado (CCJ) iniciou na manhã desta terça-feira, 21 de junho, audiência pública para analisar o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 7/2016, que propõe uma mudança na Lei Maria da Penha. Dentre outros pontos, o projeto prevê a possibilidade de os delegados aplicarem, em caráter provisório, medidas de proteção emergenciais à mulher vítima de violência, como impedimento de aproximação do agressor.

“O projeto visa acelerar as medidas protetivas. Pela Lei, o delegado tem 48 horas para encaminhar o pedido de medida protetiva para o juiz, que tem mais 48 horas para analisar e deferir o pedido. Em algumas localidades do país, há registros de demora de até 96 horas, o que prejudica a segurança das mulheres”, explica a delegada da Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) Mossoró, Cristiane Magalhães.

A delegada declara que, em Mossoró, a Justiça tem respondido rápido aos pedidos, mas há cidades onde não há o plantão judiciário e o tempo para as medidas protetivas acaba excedendo o que está na Lei.

A própria Maria da Penha declarou apoio à PLC 07/2016. A Secretaria Extraordinária de Políticas Públicas para as Mulheres do Rio Grande do Norte (SPMRN), também emitiu nota de apoio à aprovação do projeto de Lei.

Delegadas fazem campanha pela aprovação do PLC 07/2016

Em todo o país, delegados, juízes, desembargadores e diversos profissionais se posicionaram a favor do Projeto. Delegadas e Autoridades do Rio Grande do Norte iniciaram uma campanha a favor do PLC 07/2016 e criaram uma página no Facebook reunindo expressões de apoio ao projeto.

Na segunda-feira, 20, a delegada Luana Aby Faraj, da Delegacia de Atendimento à Mulher, que funciona no bairro da Ribeira, em Natal, visitou o presidente do Tribunal de Justiça (TJRN), desembargador Cláudio Santos, para pedir o apoio à aprovação do Projeto de Lei 07/2016.

“Esse Projeto de Lei permite que a mulher vítima da violência saia da delegacia não só com o Boletim de Ocorrência em mãos, mas também com as próprias medidas protetivas de urgência, conferindo muito mais celeridade e efetividade a essa garantia, que não ficará alheia à apreciação judicial, uma vez que teremos o prazo de 24 horas para encaminhar a medida para homologação do juiz, assim como ocorre no procedimento de flagrante”, afirmou a delegada.

Os desembargadores do RN Cláudio Santos, João Rebouças e Amaury Moura afirmaram apoio do Poder Judiciário Estadual para a aprovação do Projeto de Lei Complementar.

Se aprovado o projeto, delegados poderão emitir a proibição do agressor de se aproximar ou entrar em contato com a mulher agredida, com seus familiares e com as testemunhas, além da proibição do agressor frequentar determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da vítima.

FONTE: Portal O Mossoroense.

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