O número de pacientes que recorreram ao Sistema Único de
Saúde (SUS) para tratar um câncer aumentou 34% em cinco anos, mas só 57% dos
doentes conseguiram iniciar a terapia dentro do prazo de 60 dias, conforme
prevê lei federal de 2012. Os dados foram apresentados pelo ministro da Saúde,
Ricardo Barros, no Fórum Estadão Saúde, realizado na quarta-feira (10), em São
Paulo.
O número de pacientes que recorreram ao Sistema Único de
Saúde (SUS) para tratar um câncer aumentou 34% em cinco anos, mas só 57% dos
doentes conseguiram iniciar a terapia dentro do prazo de 60 dias, conforme
prevê lei federal de 2012. Os dados foram apresentados pelo ministro da Saúde,
Ricardo Barros, no Fórum Estadão Saúde, realizado na quarta-feira (10), em São
Paulo.
Barros admitiu que muitas das medidas anunciadas no passado para
melhorar o acesso e a qualidade do tratamento oncológico no País nem saíram do
papel. O principal exemplo citado pelo ministro foi o plano de expansão dos
serviços de radioterapia. “Em 2012, houve o anúncio do plano de compra de 80
novos aceleradores lineares para radioterapia, mas, até hoje, nenhum está em
funcionamento”, declarou.
Segundo o ministro, o atraso é por vários problemas na implementação do
serviço. “A dificuldade foi na disponibilidade dos terrenos, na execução do
projeto e na compra do aparelho em si. Esperamos que pelo menos dois estejam
funcionando até o fim deste ano”, disse.
Barros voltou a defender a criação de planos de saúde populares como
forma de desafogar a demanda no SUS. Ele não deixou claro, no entanto, se os
convênios mais baratos oferecerão tratamento oncológico, mas disse que esses
“planos acessíveis” ajudariam na detecção precoce de tumores. “O usuário tendo
acesso mais rápido à consulta especializada pode identificar precocemente o seu
diagnóstico e, evidentemente, vai ser tratado de forma mais efetiva porque,
quanto antes fizer o diagnóstico, mais chances de cura”, disse.
Críticas
Especialistas em oncologia presentes no evento criticaram a proposta dos
planos acessíveis e a demora na incorporação de novas tecnologias e remédios e
procedimentos para o câncer na rede pública. “Um plano de saúde básico pode
aumentar a judicialização da saúde”, disse Rafael Kaliks, oncologista do
Hospital Israelita Albert Einstein e diretor científico do Instituto Oncoguia,
referindo-se à possibilidade de que, com uma cobertura mínima, os pacientes de
planos busquem na Justiça tratamentos mais completos, seja no convênio ou no
SUS.
A presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, Merula
Steagall, lembrou que muitos medicamentos novos para o tratamento de câncer são
incorporados antes na rede privada do que na rede pública. “Existem
medicamentos que obtiveram o registro da Anvisa há mais de 10 anos no País e
ainda não estão disponíveis para o paciente do SUS”, disse.
FONTE: Portal No Ar.
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