O Sistema Único de Saúde (SUS) vai começar a oferecer a
profilaxia pré-exposição (PrEP) para grupos considerados de risco para
exposição ao HIV. A estratégia consiste no consumo diário do medicamento
Truvada – uma combinação do tenofovir com a entricitabina – por pessoas que não
têm o vírus, mas que estão mais expostas à infecção, como profissionais de
saúde, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas trans e casais
sorodiscordantes (um dos parceiros é soropositivo e o outro, não).
O anúncio foi feito hoje (24) pelo ministro da Saúde,
Ricardo Barros, durante a 7ª Assembleia Mundial da Saúde, em Genebra, na Suíça.
A PrEP deve passar a ser distribuída em até 180 dias após
a publicação do protocolo clínico de diretrizes terapêuticas, prevista para a
próxima segunda-feira (29). Na mesma data, a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) deve publicar a alteração do registro do Truvada, permitindo
que ele seja utilizado no tratamento de pessoas infectadas pelo HIV e também de
forma preventiva.
Prevenção
combinada
A estimativa do Ministério da Saúde é que a estratégia no
Brasil seja utilizada por cerca de 7 mil pessoas que integram as chamadas
populações-chave, no primeiro ano de implantação.
A diretora do Departamento de Infecções Sexualmente
Transmissíveis, Aids e Hepatites Virais, Adele Benzaken, lembrou que a PrEP se
insere como uma estratégia adicional dentro de um conjunto de ações preventivas
que inclui a testagem regular, a profilaxia pós-exposição, a testagem durante o
pré-natal e o uso de preservativo, entre outros.
Estudos
As evidências científicas disponíveis, de acordo com
Adele, demonstram que o uso de antirretrovirais pode reduzir o risco de
infecção por HIV em mais de 90%, desde que o medicamento seja tomado
corretamente, já que a eficácia está diretamente relacionada à adesão.
HIV
no Brasil
Dados do último boletim epidemiológico do ministério
revelam que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil atualmente. Desse
total, 372 mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que
estão infectadas e 112 mil não sabem que têm o vírus. A aids, no país, é
considerada uma doença estabilizada, com taxa de detecção em torno de 19,1
casos para cada 100 mil habitantes. Ainda assim, o número representa cerca de
40 mil novos casos ao ano.
FONTE: Agência Brasil.
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