Pesquisa feita pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostra
variação de até 3.108% em preços de órteses e próteses. O levantamento avaliou
os preços pagos por operadoras de planos de saúde por dois grupos de
dispositivos implantáveis, usados para melhorar a circulação sanguínea
arterial: a endoprótese vascular e os stents farmacológicos.
Os resultados da pesquisa inédita revelam a variação de custos entre os
estados do país e as formas de aquisição.
De acordo com a ANS, a variação entre os valores de comercialização é
esperada, considerando aspectos como transporte, armazenamento, tributação e
poder de negociação, por exemplo. No entanto, os níveis observados de variação
de preços no mercado de dispositivos médicos implantáveis “alcançam proporções
extremamente elevadas, o que pode estar associado a condutas antiéticas,
anticoncorrenciais ou ilegais”, diz o relatório.
A maior variação foi registrada na aquisição do produto Resolute
Integrity, um stent coronário com Eluição Zotarolimus, adquirido em
hospitais de duas regiões distintas. A diferença de valores chegou a 3.108%.
Outro item com variação considerada abusiva é o Sistema de Stent Coronário de
Cromo e Platina com Eluição de Everolimus, cuja diferença no preço atingiu
1.816,67%. Para as comparações, foram considerados os diferentes estados do
país e a forma de aquisição dos produtos - se no hospital ou direto do fornecedor.
O relatório traz ainda um guia com orientações para uso de órteses,
próteses e materiais especiais (OPME), com informações úteis para o uso
racional.
Pesquisa feita pela agência em 2012, nas cinco maiores operadoras de planos
privados de saúde em cada modalidade, revelou que cerca de 10% do total das
despesas assistenciais referiam-se a gastos com órteses, próteses e materiais
especiais.
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