Ao participar hoje (1º) do 2 º Seminário Dengue, Chikungunya e Zika, no
auditório da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), em Manguinhos, no
Rio, o diretor regional da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no Mato Grosso do
Sul, Rivaldo Venâncio, disse que epidemias das doenças zika e chikungunya,
ambas transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, serão ainda maiores no
verão de 2016/2017 do que foram na última temporada.
Segundo o pesquisador, que é especialista em medicina tropical, o número
de casos este ano já subiu significativamente em relação ao ano passado.
"Em 2015, foram identificados 38 mil casos de zika e de chikunguya.
Neste ano, o número subiu impressionantemente para 255 mil. Só o estado do Rio
já teve mais de 15 mil casos da doença até o mês de outubro. Claro que durante
os meses em que o calor foi menor e com menos chuvas, a velocidade da
transmissão diminuiu, mas agora estamos prestes a entrar no verão. E com ele,
voltam as altas temperaturas e as chuvas intensas, que são condições mais do
que ideais para a proliferação da doença. Como ainda não combatemos esses vírus
da maneira adequada, uma epidemia ainda maior se anuncia para os próximos
meses”, disse.
O objetivo do encontro é discutir uma proposta para capacitação de
profissionais da área de saúde na abordagem das três doenças. Venâncio disse
que os profissionais de saúde, embora sejam capacitados, precisam de uma
atualização em seus conhecimentos para saber lidar melhor com este cenário de
novas doenças.
Febre
Mayaro
De acordo com Venâncio, a transmissão da febre do Mayaro, doença
infecciosa aguda causada por vírus, que provoca sintomas semelhantes aos da
chikungunya, pelo Aedes aegypti ainda não pode ser confirmada. O
pesquisador explicou que o vírus é transmitido majoritariamente por mosquitos
silvestres, conhecidos como Haemagogus.
“Isto é, de áreas rurais, de matas e etc. O que houve foi que, em
estudos preliminares, foi constatado um potencial do Aedes como vetor
do vírus. Esses estudos ainda precisam passar por aprofundamento. A preocupação
é com o que chamamos de tríplice epidemia: dengue, zika e chikungunya. Claro que
o Rio de Janeiro, por ter a peculiaridade de possuir uma fatia da Mata
Atlântica, misturada ao seu espaço urbano, poderia apresentar a presença do Haemagogus,
mas isso é algo que também precisa ser analisado com maior cuidado”, afirmou o
diretor.
FONTE: Agência Brasil.
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