Testes clínicos mostram que um inibidor da enzima BACE1 reduz a proteína beta-amiloide no cérebro de pacientes com Alzheimer (Foto: Val Altounian / Science Translational Medicine (2016) |
Uma nova droga em teste contra a doença de Alzheimer conseguiu reduzir a
formação das placas senis no cérebro de pacientes, tornando-se uma opção
promissora para o tratamento da doença, que até o momento não tem cura.
Os testes clínicos de fase 1 envolveram 32 pacientes e os resultados
promissores deram sinal verde para a continuidade do estudo, que envolverá um
número maior de participantes nas próximas fases.
Caracterizado pela perda de memória, da capacidade de realizar tarefas
cotidianas e pela piora das funções motoras, o Alzheimer se manifesta no
cérebro pela presença de placas senis entre os neurônios e pela formação de
emaranhados da proteína tau no interior da célula nervosa.
As placas senis são compostas pela proteína beta-amiloide. O alvo da
nova droga, chamada verubecestat, é justamente a enzima BACE1, que tem um papel
importante na produção da proteína beta-amiloide.
Outras iniciativas de pesquisa já tinham tentado desenvolver componentes
capazes de bloquear a enzima BACE1, mas, até o momento, todos provocavam
efeitos adversos muito graves. Esta foi a primeira vez que uma droga oral
inibidora de BACE1 foi aprovada para testes clínicos de fase 3, que envolvem um
grande número de pacientes.
Uma única dose da droga foi capaz de reduzir consideravelmente o nível
da proteína beta-amiloide no sangue e no fluido cérebro-espinhal de ratos e
macacos. Os animais não manifestaram sinais de toxicidade.
A pesquisa, cujos resultados foram publicados ontem (2) na revista
"Science Translational Medicine", foi feita nos laboratórios de
pesquisa da famarcêutica Merck.
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