terça-feira, 8 de novembro de 2016

Epidemia do vírus Zika no Brasil completa um ano com desafio na área de pesquisa

Na próxima sexta-feira, (11) completa-se um ano desde que o Brasil foi oficialmente atingido por uma das maiores epidemias de sua história. Em 11 de novembro de 2015, o Ministério da Saúde decretou a epidemia do vírus Zika como Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Naquela data, já se passavam dois meses desde que médicos do Nordeste alertaram para o alto número de nascimentos de bebês com microcefalia em diversos estados.

Começava ali um longo período de investigação e angústia para mães, mulheres grávidas e famílias. Pesquisadores de diversas áreas mobilizaram-se até constatar que os casos de microcefalia poderiam estar relacionados a um novo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A zika passou a ser o novo vilão da saúde nacional.


Zika e microcefalia

A relação do vírus Zika com a microcefalia foi descoberta pelos pesquisadores do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim (Ipesq), em Campina Grande (PB). “Na realidade, a gente complementou o trabalho que já vinha sendo feito em Pernambuco. Os pesquisadores de lá já tinham levantado essa hipótese, mas não tinham conseguido encontrar o vírus. Conseguimos detectar no líquido amniótico e descobrimos que era o vírus asiático que está circulando aqui no Brasil. Ele é muito mais agressivo e tem uma predileção muito grande pelo sistema nervoso central”, esclarece Adriana Melo, especialista neonatal e coordenadora do Ipesq.

De acordo com o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até outubro de 2016, foram notificados 9.953 casos de microcefalia e outras alterações no sistema nervoso. Desse total, 4.797 casos foram descartados e 2.079 foram confirmados como microcefalia. Outros 3.077 casos suspeitos permaneciam em investigação até 22 de outubro.

Do total de casos confirmados (2.079), 392 tiveram resultado positivo para o vírus Zika. O ministério, no entanto, considera que houve infecção pelo Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de microcefalia.

FONTE: Agência Brasil.

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