Na próxima sexta-feira, (11) completa-se um ano desde que o Brasil foi
oficialmente atingido por uma das maiores epidemias de sua história. Em 11 de
novembro de 2015, o Ministério da Saúde decretou a epidemia do vírus Zika como
Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional. Naquela data,
já se passavam dois meses desde que médicos do Nordeste alertaram para o alto
número de nascimentos de bebês com microcefalia em diversos estados.
Começava ali um longo período de investigação e angústia para mães,
mulheres grávidas e famílias. Pesquisadores de diversas áreas mobilizaram-se
até constatar que os casos de microcefalia poderiam estar relacionados a um
novo vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A zika passou a ser o
novo vilão da saúde nacional.
Zika
e microcefalia
A relação do vírus Zika com a microcefalia foi descoberta pelos
pesquisadores do Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim (Ipesq), em
Campina Grande (PB). “Na realidade, a gente complementou o trabalho que já
vinha sendo feito em Pernambuco. Os pesquisadores de lá já tinham levantado
essa hipótese, mas não tinham conseguido encontrar o vírus. Conseguimos
detectar no líquido amniótico e descobrimos que era o vírus asiático que está
circulando aqui no Brasil. Ele é muito mais agressivo e tem uma predileção
muito grande pelo sistema nervoso central”, esclarece Adriana Melo,
especialista neonatal e coordenadora do Ipesq.
De acordo com o Ministério da Saúde, de outubro de 2015 até outubro de
2016, foram notificados 9.953 casos de microcefalia e outras alterações no
sistema nervoso. Desse total, 4.797 casos foram descartados e 2.079 foram
confirmados como microcefalia. Outros 3.077 casos suspeitos permaneciam em
investigação até 22 de outubro.
Do total de casos confirmados (2.079), 392 tiveram resultado positivo
para o vírus Zika. O ministério, no entanto, considera que houve infecção pelo
Zika na maior parte das mães que tiveram bebês com diagnóstico final de
microcefalia.
FONTE: Agência Brasil.
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