O Dia Mundial da Luta contra as Hepatites Virais, celebrado hoje (28)
com ações de prevenção, foi criado para informar sobre a doença e aumentar o
acesso aos testes e tratamento da hepatite, inflamação no fígado que pode ser
causada pelos vírus A, B, C, D e E.
Considerada um problema mundial de saúde pública, a hepatite pode levar
a problemas hepáticos graves, causando a morte. A estimativa da Sociedade
Brasileira de Infectologia (SBI) é de que no país há entre 1,5 milhão e 2
milhões de pessoas com hepatite, mas só cerca de 300 mil sabem que têm a doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que – em todo o planeta -
400 milhões de pessoas estejam infectadas pelos vírus da hepatite B e C, número
dez vezes maior que o de pessoas contaminadas pelo HIV, mas a maior parte dos
portadores sequer sabe que está doente. Segundo a OMS, apenas uma em cada 20
pessoas com hepatite viral sabe que está doente e só uma em cada 100 com a
doença está recebendo tratamento.
No Brasil, a situação não é diferente. Segundo o Ministério da Saúde,
milhões de brasileiros são portadores do vírus B e C e não sabem. Além do risco
que correm se a doença evoluir e causar danos irreversíveis ao fígado, como
cirrose e câncer, os infectados também podem transmitir a doença para outras
pessoas.
O diretor de Comunicação da SBI, infectologista David Urbaez,
explicou que as hepatites costumam ser silenciosas e a falta de sintomas pode
retardar a busca por tratamento, o que agrava o quadro da doença. “O modelo de
doença faz com que a pessoa não fique sabendo e não procure ajuda médica, pois
não apresenta sintomas. A maior parte dos diagnósticos ocorre já na cirrose, aí
se faz redução de danos, mas é irreversível”.
Teste gratuito
A rede pública de saúde de diversos municípios, entre eles Brasília, São
Paulo, Fortaleza, Vitória, está fazendo campanhas neste mês, batizado de “julho
amarelo”, com a disponibilização de testes rápidos para os tipos mais comuns da
doença em locais de grande circulação.
A orientação da SBI é que todos os adultos façam o teste da doença,
especialmente o tipo C, disponível gratuitamente na rede pública de saúde de
todo o país. “A gente enfatiza a hepatite C porque, no momento, ela é a que a
gente acredita ser a que tem o maior número de pessoas que desconhecem que são
portadoras”, explicou Urbaez.
O infectologista informou, ainda, que o tratamento para a hepatite C
dura até 12 semanas e é gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo
ele, o índice de cura é acima de 90%.
Hepatites virais
A hepatite é a inflamação do fígado. Pode ser causada por doenças
autoimunes, metabólicas e genéticas ou pelo uso de remédios, álcool e outras
drogas, mas os tipos mais comuns são causados pelos vírus A, B, C, D e E.
O Ministério da Saúde orienta que as pessoas observem se já se expuseram
a situações que apresentam risco de contágio, e, assim, saber se há a
necessidade de fazer exames. Viver em situações precárias de saneamento básico,
água e higiene pessoal e de alimentos leva ao risco do contágio fecal-oral, que
transmite as hepatites A e E. Quem tem hepatite A ou E pode se curar,
eliminando o vírus do organismo.
Praticar sexo sem proteção, compartilhar seringas, agulhas, lâminas de
barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam pode causar
contaminação pelos vírus B,C e D, transmitidos pelo sangue. Esses tipos também
podem passar da mãe para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação.
As hepatites B, C e D podem apresentar tanto formas agudas quanto
crônicas de infecção quando a doença persiste no organismo por mais de seis
meses. O Ministério da Saúde informa que, no caso das hepatites B e C, é
preciso um intervalo de 60 dias para que os anticorpos sejam detectados no
exame de sangue.
Vacinação
A vacina de hepatite A foi introduzida no calendário infantil em 2014,
para crianças de 1 a 2 anos de idade. O Sistema Único de Saúde disponibiliza
gratuitamente a vacina contra a hepatite B em qualquer posto de saúde para
pessoas de até 49 anos.
A imunização é feita em três doses, e só é efetiva quando a vacina é
tomada com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis
meses entre a primeira e a terceira dose. Não existe vacina contra a hepatite C.
A hepatite D depende da hepatite B para ocorrer, portanto, vacinar
contra o tipo B previne o tipo D. A hepatite E tem ocorrência rara no Brasil e
não há vacina disponível para a doença.
FONTE: Portal No Minuto.
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