segunda-feira, 10 de abril de 2017

Vacina de zika desenvolvida em parceria entre EUA e Brasil é eficaz em roedor

Ilustração mostra a estrutura do vírus da zika
Uma candidata a vacina de zika feita com vírus vivo atenuado foi eficaz em proteger camundongos contra a infecção associada recentemente ao nascimento de bebês com microcefalia. Os resultados, publicados na revista especializada “Nature Medicine” nesta segunda-feira (10), indicam que a vacina é promissora e testes em humanos podem começar ainda este ano.

O produto foi desenvolvido em uma parceria que envolve o Instituto Evandro Chagas do Pará, órgão ligado ao Ministério da Saúde, a Universidade do Texas e os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH).

Como foram os testes?

Os camundongos testados no estudo eram deficientes em uma proteína chamada interferon, que atua na proteção do organismo contra infecções virais. Eles eram, portanto, especialmente suscetíveis à infecção do vírus da zika.

Em um dos testes realizados, os animais foram divididos em dois grupos: um dos grupos recebeu o vírus selvagem da zika e o outro recebeu o vírus vivo atenuado que constitui o candidato vacinal. Os animais do primeiro grupo apresentaram alta carga viral e cerca de metade morreu. Já no segundo grupo nenhum animal morreu.

Depois de 30 dias, os animais vacinados foram expostos ao vírus selvagem e não apresentaram viremia, ou seja, a presença do vírus no sangue. Isso indica que a vacina cumpriu sua missão de imunizar os animais.

Vantagens e desvantagens

Já existem outras candidatas a vacina de zika em fases mais avançadas de pesquisa, como a vacina de DNA do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (NIAID), parte do NIH, que está na segunda fase de testes em humanos.

Porém, segundo Vasconcelos, a vantagem da vacina de vírus vivo atenuado é o fato de ela ser eficaz com apenas uma dose, enquanto outras necessitam de até três doses para completarem a imunização. “Vacinas que têm mais de uma dose são difíceis por causa da falta de adesão. É o que ocorre com a vacinação contra HPV em adolescentes, por exemplo. Por isso neste caso se optou pelo vírus vivo atenuado”, diz o diretor.

A desvantagem da vacina é que ela não poderá ser usada em gestantes. O púbico-alvo deve incluir mulheres em idade fértil e crianças entre 8 e 10 anos, segundo Vasconcelos.

Atualmente, a vacina está sendo testada em macacos e os experimentos devem ser concluídos até o início de maio.

FONTE: Portal G1. 

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