Segundo a FAO, Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria podem declarar risco de fome |
O número de pessoas sofrendo de insegurança alimentar
severa está aumentando no mundo: já são cerca 108 milhões nesta condição,
contra 80 milhões em 2015. Os dados acabam de ser divulgados pela Organização
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Segundo a FAO, o
problema é causado pela dificuldade que determinadas regiões estão tendo para
produzir ou ter acesso aos alimentos.
As causas principais são impactos de conflitos e guerras
civis, alta nos preços e eventos extremos do clima, como secas prolongadas ou
excesso de chuvas. De Roma, o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva,
disse que é possível garantir que a população tenha o suficiente para comer
todos os dias.
"Isso pode ser evitado. Não podemos evitar uma seca,
mas podemos evitar que uma seca se transforme em fome. O Nordeste brasileiro é
um bom exemplo disso. Nós sofremos com três anos seguidos de seca e não houve
fome, graças às políticas preventivas adotadas pelos governos. O mais
assustador hoje é que o que explica grande parte dessas situações de
insegurança alimentar aguda são conflitos e desastres naturais", afirmou Graziano.
Segundo ele, quatro países correm hoje risco de declarar
situação de fome: Sudão do Sul, Somália, Iêmen e Nigéria. Neste último, a crise
alimentar concentra-se na região norte. Ele destacou que há outras nações com
insegurança alimentar severa devido a guerras e conflitos. "Quando se
juntam conflito e desastres naturais, a situação se torna explosiva. É o caso
da Somália e de algumas regiões da Etiópia, da República Centro-Africana e,
sobretudo, do Iêmen e da Síria. Nesses lugares, a paz é uma pré-condição para
se enfrentar a questão da fome. Sem paz não há segurança alimentar, da mesma
maneira que, sem segurança alimentar, não há paz duradoura", afirmou.
FONTE: Agência Brasil.
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