Pesquisadores de três países – Israel, Reino Unido e Brasil – estão
arrecadando dinheiro pela internet para o trabalho que pretende
desenvolver um teste rápido e barato a fim de detectar com precisão a presença
do vírus Zika na saliva. Caso o estudo dê frutos, a promessa da equipe é tornar
públicos, na internet e de forma gratuita, todos os resultados e métodos
obtidos, para serem reproduzidos em qualquer parte do mundo.
O teste deve detectar o RNA (sigla em inglês para ácido ribonucleico) do
vírus na saliva, caso a pessoa tenha sido infectada. A primeira fase da
pesquisa se dedicou a reunir todos os 40 mapeamentos de variedades do zika feitos
no mundo até agora e a cruzar informações para saber que parte do RNA é
inconfundível – ou seja, só tem nesse vírus específico, inclusive em comparação
com humanos e o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.
Depois de conseguir isolar essa sequência genética, a ideia dos
cientistas é usar uma tecnologia simples e barata para identificar a presença
do Zika na saliva. A precisão e o custo baixo estão entre os principais fatores
buscados no projeto, que são também os dois maiores defeitos dos testes usados
atualmente para a detecção do zika e das outras arboviroses, dengue e
chikungunya, de acordo com os estudiosos.
O projeto começou em março e na próxima semana já entra na segunda fase,
que é a testagem do método em amostras de sangue, urina e saliva contaminadas e
armazenadas no laboratório Lika, da UFPE. É quando eles esperam otimizar os
testes, estabelecendo as condições e os materiais ideais para a detecção, e
criar resultados para comparar com os métodos usados pelo mercado.
A última fase é levar o kit de testagem a campo para usar em
humanos e mosquitos, o que, dependendo do valor arrecadado, pode ocorrer em
dois meses.
Rapidez
e engajamento social
Mesmo com a disponibilização de milhões de reais pelo governo federal e
outras organizações internacionais para financiar pesquisas relacionadas ao
vírus Zika e ao mosquito Aedes aegypti, a equipe responsável pelo projeto
escolheu o crowdfunding, uma forma de arrecadação online, para
conseguir recursos destinados à segunda fase da pesquisa.
Esse método é popular para que músicos criem novos discos ou cineastas
obtenham dinheiro para um documentário, por exemplo, mas também encontra espaço
na comunidade científica. Ele é feito pela internet, onde é publicada uma
proposta resumida com os objetivos e o orçamento do projeto.
Os interessados contribuem com qualquer valor, e, no caso da pesquisa
para desenvolver o teste rápido, é possível acompanhar diariamente tudo o que
está sendo feito.
FONTE: Agência Brasil.
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