Testes de HIV, sífilis e hepatites B e C serão incluídos nos pedidos de hemograma comuns, segundo recomendação do Conselho Federal de Medicina (Foto: Veilton Küchler/ Divulgação/ Sesa-PR) |
Médicos em todo o país devem orientar seus pacientes a fazer exames para
detecção de HIV, sífilis e hepatites B e C. É o que prevê a Recomendação nº
2/2016, aprovada pelo plenário do Conselho Federal de Medicina (CFM). O
objetivo é ampliar o diagnóstico em tempo oportuno de doenças
infectocontagiosas.
De acordo com o conselho, a orientação visa a facilitar a abordagem de
infecções sexualmente transmissíveis feita pelo médico durante a consulta. Caso
os testes ou a vacinação não tenham sido feitos previamente, o profissional de
saúde deve orientar o paciente, conforme o caso, sobre a necessidade da
execução.
"A recomendação é um instrumento normativo. Está entre a resolução,
que tem força compulsória, e o parecer, que é uma norma reguladora. É como se
fosse um parecer de maior relevância, ao qual os médicos devem prestar especial
atenção e de grande Importância social", explicou o presidente do CFM,
Carlos Vital.
O cumprimento da norma, segundo ele, terá impacto individual, evitando a
progressão da infecção no paciente, e também impacto coletivo, diminuindo o
risco de disseminação de doenças infectocontagiosas. Serviços de saúde dos
Estados Unidos e de alguns países europeus já orientam seus médicos a oferecer
testagem para o HIV.
Registros
Dados do CFM mostram que, no Brasil, cerca de 25% dos casos de HIV são
diagnosticados quando o paciente já apresenta contagem de linfócitos CD4 abaixo
de 200 células por milímetro cúbico (mm3), o que significa estado avançado de
imunossupressão. A contagem normal em um adulto deve ficar acima de 500 células
por mm3.
A expectativa do conselho é que, com a medida, mais pessoas sejam
diagnosticadas antes que a contagem de linfócitos CD4 fique abaixo de 200
células por mm3. Em 2015, conforme boletim epidemiológico do Ministério da
Saúde, 40% dos soropositivos foram diagnosticas com CD4 maior do que 500; 18%
com CD4 entre 350 e 499; 17%, entre 200 e 349 e 25% com menos de 200 CD4 por
mm3.
No caso da sífilis, gestantes e crianças são as únicas populações nas
quais a doença deve ser compulsoriamente notificada no Brasil. Não há, segundo
o CFM, números confiáveis sobre infecções por sífilis em todo o país. Dados da
Organização Mundial da Saúde indicam que existem no mundo 12 milhões de pessoas
com sífilis adquirida, sendo que o acréscimo anual é de 714 mil novos casos.
Os últimos dados do Ministério da Saúde relativos a hepatites no Brasil
revelam que, de 1999 a 2011, foram notificados 343.853 casos da doença, com uma
média de 40 mil novos casos por ano. As hepatites A e B concentram o maior
número de casos. As duas principais vias de transmissão de hepatites são o uso
de drogas venosas e o contato com sangue.
FONTE:
Agência Brasil.
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