O número de casos de sífilis aumentou 383% nos
últimos cinco anos no Rio Grande do Norte. A informação é da Secretaria
Estadual de Saúde Pública (Sesap), que mostra o crescimento de 136 casos
notificados em 2011, para 657 em 2015.
De acordo com a Sesap, a região da Grande Natal
concentra a maioria dos casos, com um registro de 920 notificações, seguida
pelo município de Mossoró, também com grande número de casos.
Para João Bosco, subcoordenador de ações da
saúde da Sesap, o aumento número de casos está relacionado diretamente a dois
fatores. O primeiro deles, diz respeito a certo relaxamento da população com
relação aos cuidados e à prevenção.
“As condições de tratamento atuais que permitem
que a pessoas infectadas vivam de maneira natural, acabaram fazendo com que
muita gente perdesse aquele medo das doenças sexualmente transmissíveis”, diz o
coordenador , lembrando que a Sífilis é uma doença que requer cuidado e atenção.
Outro fator segundo João Bosco, foi a baixa
produção da penicilina benzatina, substância utilizada na produção da
benzetacil, medicamento utilizado no tratamento da doença.
O coordenador da Sesap explica que o tratamento
é simples e barato. Segundo ele, consiste em um ciclo de duas aplicações do
medicamento a cada sete dias. “Após este período, a pessoa está completamente
recuperada”, afirmou.
Subnotificações
Para o coordenador da Sesap, os números
divulgados podem não corresponder à realidade. Segundo ele, os números podem
ser ainda maiores devido às subnotificações.
Ele explica que nem todos os casos chegam às
estatísticas, na maioria das vezes pelo preconceito que as doenças sexualmente
transmissíveis ainda carregam.
“Muitas dessas pessoas procuram clínicas
particulares ou mesmo fazem tudo de forma a não chamar atenção para não se
expor por medo do julgamento que as pessoas poderão fazer”, comentou.
Sinais e sintomas
Os primeiros sintomas da doença são pequenas
feridas nos órgãos sexuais e caroços nas virilhas (ínguas), que surgem entre a
7 e 20 dias após o sexo desprotegido com alguém infectado. A ferida e as ínguas
não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Mesmo sem tratamento,
essas feridas podem desaparecer sem deixar cicatriz. Mas a pessoa continua
doente e a doença se desenvolve. Ao alcançar certo estágio, podem surgir manchas
em várias partes do corpo (inclusive mãos e pés) e queda dos cabelos.
Após algum tempo, que varia de pessoa para
pessoa, as manchas também desaparecem, dando a ideia de melhora. A doença pode
ficar sem apresentar sintomas por meses ou anos, até o momento em que surgem
complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral e problemas
cardíacos, podendo, inclusive, levar à morte.
FONTE:
Portal No Ar.
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