O transplante de medula óssea para
tratamento de doença falciforme está liberado no Brasil. O Ministério da Saúde
publicou ontem, 01, uma portaria que incorpora o uso da técnica no Sistema
Único de Saúde (SUS).
O
procedimento, no entanto, somente será indicado para pacientes que tenham um
doador compatível e que atendam critérios definidos por uma equipe de
especialistas.
Estudos já demonstravam um aumento na
sobrevida de dois anos em 90% dos casos transplantados e em outros foi
evidenciado que pessoas com doença falciforme, que atinge, na maioria, a
população negra, deixaram de utilizar a morfina para o controle da dor após o
transplante.
A partir de publicação da portaria, o
Sistema Nacional de Transplantes tem até 180 dias para incluir a doença
falciforme em seu regulamento técnico, de forma a garantir o acesso gratuito
dos portadores que se encaixarem em critérios definidos.
Sintomas e tratamento da doença
A doença falciforme se manifesta, na
maioria das vezes, após os seis meses de vida do bebê, sendo o “Teste do
Pezinho” a melhor forma de diagnóstico. Os principais sintomas são: anemia
crônica, icterícia (cor amarelada na parte branca dos olhos), mãos e pés
inchados e dor intensa nos punhos e tornozelos (frequente até os dois anos de
idade), crises de dores em músculos, ossos e articulações.
Estima-se que entre 25 mil e
50 mil pessoas tenham a doença no Brasil, que apresenta alta morbidade e
mortalidade precoce. O tratamento é feito com o uso de vacinação e penicilina
nos primeiros 5 anos de vida, como profilaxia às infecções, uso regular de
ácido fólico, medicamentos para a dor, uso de hidroxiuréia e, em alguns casos,
transfusões de sangue de rotina.
No entanto, o uso crônico
da transfusão pode ocasionar o desenvolvimento de anticorpos que tornam as
transfusões menos eficazes. Assim, o transplante tem sido uma reivindicação do
movimento social como uma possibilidade de contribuir com a melhoria da
qualidade de vida das pessoas com doença falciforme e até mesmo por se tratar,
atualmente, da única possibilidade de cura.
FONTE: Ministério da Saúde
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