quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

População de obesos com plano de saúde sobe de 46,5% para 53,7% em nove anos

Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) da Saúde Suplementar revelam que, 53,7% da população que tem plano de saúde está com excesso de peso, Em 2008, quando foi feito o primeiro levantamento, o percentual de obesos com plano de saúde era de 46,5%. Nesse período, a proporção de obesos aumentou de 12,5% para 17,7%.

“[São] pessoas com obesidade já grave e que precisam de algum tratamento”, disse a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Karla Coelho. Os números foram divulgados hoje (14), durante o Seminário de Enfrentamento da Obesidade e Excesso de Peso na Saúde Suplementar, promovido pela entidade no Rio de Janeiro.

De acordo com estudos feitos no Brasil, apenas 10% dos pacientes com obesidade são diagnosticados e somente 2% recebem tratamento adequado. Por isso, a ANS criou um grupo de estudo interdisciplinar, integrado por várias instituições, para avaliar o problema da obesidade no Brasil e nos planos de saúde, além de pensar estratégias para o enfrentamento e o combate da doença.

O Manual de Diretrizes para o Enfrentamento da Obesidade na Saúde Suplementar Brasileira, lançado pela ANS nesta quinta-feira, faz uma abordagem sobre a obesidade na infância e na adolescência e também dos adultos quanto à adoção de hábitos de vida saudável, promoção e prevenção. O manual faz uma abordagem clínica da obesidade e do tratamento cirúrgico que é necessário, em alguns casos.

Desafio 

A obesidade é colocada como tema estratégico da Organização Mundial da Saúde (OMS). Karla Coelho destacou que o mundo saiu de um período de escassez para um de abundância de alimentos. “Estamos saindo de um período em que havia muita desnutrição para um período de sobrepeso e obesidade.”

Nos Estados Unidos, a sociedade já enfrenta esse desafio no sistema de saúde, devido à tendência de ingerir fast food (comida rápida ou comida pronta) e alimentos ultraprocessados, afirmou a diretora da ANS. E o Brasil, como os demais países latino-americanos, está copiando esse tipo de má alimentação, apesar de ter uma diversidade de alimentos in natura, acrescentou Kária. A receita é dar preferência a alimentos feitos em casa, evitar o excesso de gordura, de sal e açúcar, concluiu.

FONTE: Agência Brasil.

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