Dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e
Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) da Saúde
Suplementar revelam que, 53,7% da população que tem plano de saúde está com
excesso de peso, Em 2008, quando foi feito o primeiro levantamento, o
percentual de obesos com plano de saúde era de 46,5%. Nesse período, a
proporção de obesos aumentou de 12,5% para 17,7%.
“[São] pessoas com obesidade já grave e que precisam de algum
tratamento”, disse a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da Agência
Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Karla Coelho. Os números foram divulgados
hoje (14), durante o Seminário de Enfrentamento da Obesidade e Excesso de Peso
na Saúde Suplementar, promovido pela entidade no Rio de Janeiro.
De acordo com estudos feitos no Brasil, apenas 10% dos
pacientes com obesidade são diagnosticados e somente 2% recebem tratamento
adequado. Por isso, a ANS criou um grupo de estudo interdisciplinar, integrado
por várias instituições, para avaliar o problema da obesidade no Brasil e nos
planos de saúde, além de pensar estratégias para o enfrentamento e o combate da
doença.
O Manual de Diretrizes para o Enfrentamento da Obesidade
na Saúde Suplementar Brasileira, lançado pela ANS nesta quinta-feira, faz uma
abordagem sobre a obesidade na infância e na adolescência e também dos adultos
quanto à adoção de hábitos de vida saudável, promoção e prevenção. O manual faz
uma abordagem clínica da obesidade e do tratamento cirúrgico que é necessário,
em alguns casos.
Desafio
A obesidade é colocada como tema estratégico da
Organização Mundial da Saúde (OMS). Karla Coelho destacou que o mundo saiu de
um período de escassez para um de abundância de alimentos. “Estamos saindo de
um período em que havia muita desnutrição para um período de sobrepeso e
obesidade.”
Nos Estados Unidos, a sociedade já enfrenta esse desafio
no sistema de saúde, devido à tendência de ingerir fast food (comida
rápida ou comida pronta) e alimentos ultraprocessados, afirmou a diretora da
ANS. E o Brasil, como os demais países latino-americanos, está copiando esse
tipo de má alimentação, apesar de ter uma diversidade de alimentos in
natura, acrescentou Kária. A receita é dar preferência a alimentos feitos em
casa, evitar o excesso de gordura, de sal e açúcar, concluiu.
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