Saida Ahmad Baghili, de 18 anos, sofre de desnutrição severa. A foto foi tirada no hospital da cidade de Hodeidah, no Iêmen, em 24 de outubro (Foto: Abduljabbar Zeyad/ Reuters) |
Aproximadamente 17 milhões de cidadãos do Iêmen, dois terços da população do país, necessitam de assistência urgente para evitar o risco de morrerem de fome nos próximos meses, alertou nesta quarta-feira (15) a ONU.
O Iêmen enfrenta atualmente a crise de fome mais grave do
mundo, segundo as conclusões do relatório da ONU sobre Segurança Alimentar e
Nutrição de Emergência de fevereiro de 2017.
O número de pessoas em risco de crise de fome no país
aumentou 21% desde junho do ano passado e a situação de "emergência"
alimentar ou de "crise" já afeta 20 das 22 províncias do país.
Cerca de 2,2 milhões de crianças sofrem com desnutrição
aguda, das quais 462 mil estão em estado "grave" e têm dez vezes mais
risco de morte que as crianças sadias e podem sofrer problemas de
desenvolvimento, mesmo se receberem tratamento, segundo a representante do
Unicef no Iêmen, Meritxell Relaño, citada no comunicado.
O conflito armado, que começou em 2014, afetou a produção
de alimentos, interrompeu a importação e contribuiu para o "colapso"
dos serviços públicos e das redes de assistência social, segundo o relatório.
As províncias de Taiz e Hodeidah, duas regiões produtoras
de alimentos, foram alvo de uma violência intensa nos dois últimos anos e agora
têm as taxas mais altas de desnutrição do país.
Na cidade de Taiz, a taxa de desnutrição já alcança 25%
da população, dez pontos acima do limite de emergência estipulado pela
Organização Mundial da Saúde (OMS).
A ONU reiterou seu pedido às partes para que permitam o
acesso de ajuda humanitária, que agora está restrito às principais cidades por
questões de segurança.
O conflito se intensificou no início de 2015 com a
participação da coalizão árabe liderada pela Arábia Saudita, que intervém em
favor do presidente Abdo Rabbo Mansour Hadi e contra os rebeldes houthis.
FONTE: Portal G1.
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