Cerca de 17 milhões de crianças até 14 anos – o que
equivale a 40,2% da população brasileira nessa faixa etária – vivem em
domicílios de baixa renda. No Norte e no Nordeste, regiões que apresentam as
piores situações, mais da metade das crianças [60,6% e 54%, respectivamente]
vivem com renda domiciliar per capita mensal igual ou inferior a meio
salário mínimo. Desse total, 5,8 milhões vivem em situação de extrema pobreza,
caracterizada quando a renda per capita é inferior a 25% do salário
mínimo.
Os dados fazem parte do relatório Cenário da
Infância e Adolescência no Brasil, documento que faz um panorama da
situação infantil no país, divulgado pela Fundação Abrinq. O estudo foi feito
utilizando dados de fontes públicas, entre elas o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE).
Violência
Um dos temas abordados no documento é a violência contra
as crianças e adolescentes. Segundo o estudo, 10.465 crianças e jovens até 19
anos foram assassinados no Brasil em 2015, o que corresponde a 18,4% dos
homicídios cometidos no país nesse ano. Em mais de 80% dos casos, a morte
ocorreu por uso de armas de fogo. A Região Nordeste concentra a maior parte
desses homicídios (4.564 casos), sendo 3.904 por arma de fogo.
Trabalho
infantil
Com base em dados oficiais, o documento revelou que as
condições do trabalho infantil estão mais precárias. Embora tenha diminuído o
número de crianças e adolescentes em situação de trabalho infantil na faixa de
10 a 17 anos [redução de cerca de 659 mil crianças e adolescentes ocupados em
2015 em comparação a 2014], houve aumento de 8,5 mil crianças de 5 a 9 anos
ocupadas.
O estudo mostrou também dados mais positivos, como a taxa
de cobertura em creches do país, que passou de 28,4% em 2014 para 30,4% em 2015
- ainda distante, no entanto, da meta estabelecida pelo Plano Nacional de
Educação, de chegar a 50% até 2024.
Os dados completos podem ser vistos no site www.observatoriocrianca.org.br
FONTE: Portal DeFato.
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