quinta-feira, 31 de março de 2016

Pesquisadores arrecadam dinheiro na internet para desenvolver teste do Zika

Pesquisadores de três países – Israel, Reino Unido e Brasil – estão arrecadando dinheiro pela internet para o trabalho que pretende desenvolver um teste rápido e barato a fim de detectar com precisão a presença do vírus Zika na saliva. Caso o estudo dê frutos, a promessa da equipe é tornar públicos, na internet e de forma gratuita, todos os resultados e métodos obtidos, para serem reproduzidos em qualquer parte do mundo.

O teste deve detectar o RNA (sigla em inglês para ácido ribonucleico) do vírus na saliva, caso a pessoa tenha sido infectada. A primeira fase da pesquisa se dedicou a reunir todos os 40 mapeamentos de variedades do zika feitos no mundo até agora e a cruzar informações para saber que parte do RNA é inconfundível – ou seja, só tem nesse vírus específico, inclusive em comparação com humanos e o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Depois de conseguir isolar essa sequência genética, a ideia dos cientistas é usar uma tecnologia simples e barata para identificar a presença do Zika na saliva. A precisão e o custo baixo estão entre os principais fatores buscados no projeto, que são também os dois maiores defeitos dos testes usados atualmente para a detecção do zika e das outras arboviroses, dengue e chikungunya, de acordo com os estudiosos.

O projeto começou em março e na próxima semana já entra na segunda fase, que é a testagem do método em amostras de sangue, urina e saliva contaminadas e armazenadas no laboratório Lika, da UFPE. É quando eles esperam otimizar os testes, estabelecendo as condições e os materiais ideais para a detecção, e criar resultados para comparar com os métodos usados pelo mercado.

A última fase é levar o kit de testagem a campo para usar em humanos e mosquitos, o que, dependendo do valor arrecadado, pode ocorrer em dois meses.

Rapidez e engajamento social

Mesmo com a disponibilização de milhões de reais pelo governo federal e outras organizações internacionais para financiar pesquisas relacionadas ao vírus Zika e ao mosquito Aedes aegypti, a equipe responsável pelo projeto escolheu o crowdfunding, uma forma de arrecadação online, para conseguir recursos destinados à segunda fase da pesquisa.

Esse método é popular para que músicos criem novos discos ou cineastas obtenham dinheiro para um documentário, por exemplo, mas também encontra espaço na comunidade científica. Ele é feito pela internet, onde é publicada uma proposta resumida com os objetivos e o orçamento do projeto.

Os interessados contribuem com qualquer valor, e, no caso da pesquisa para desenvolver o teste rápido, é possível acompanhar diariamente tudo o que está sendo feito.

FONTE: Agência Brasil.

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