Apesar de ser um grave problema de saúde pública, com
tendência de crescimento nos próximos anos, o suicídio ainda é um tabu no
Brasil. Dificuldade de obter dados, preconceito e medo de estimular a prática
ao falar sobre ela são fatores que dificultam a discussão e o desenvolvimento
de políticas públicas, segundo estudos e especialistas consultados pela Agência
Brasil.
Neste ano, o silêncio que ronda o tema foi quebrado com a
divulgação do Baleia Azul, o jogo virtual que envolveria o estímulo às
mutilações corporais de jovens e até ao suicídio. O game virou tema de novela e
mesmo de operação da Polícia Federal, que prendeu acusados de aliciar crianças e adolescentes por meio do
Baleia Azul.
O fato trouxe à tona uma realidade comum: a ocorrência do
assédio virtual, também chamado de cyberbullying. O debate sobre o delicado
tema é estimulado este mês, no âmbito do Setembro Amarelo, para sensibilizar a
sociedade para a prevenção ao suicídio.
Além do jogo, casos como o do jovem americano Tyler
Clementi, de 18 anos, que se suicidou após ter fotos íntimas divulgadas pelo
colega de dormitório, e da britânica Hannah Smith, de 14 anos, que se matou
após receber ofensas na rede, têm chamado a atenção de pesquisadores e
instituições públicas.
Segundo o integrante do Grupo de Estudo e Pesquisa em
Suicídio e Prevenção (GEPeSP), Pablo Nunes, não há estudos confiáveis que
comprovem a ligação direta entre crescimento do número de suicídios e ataques
nas redes sociais. No entanto, indícios dessa relação pedem atenção ao ambiente
online.
Além disso, o pesquisador destaca que o anonimato
faz das mídias sociais um ambiente favorável para ataques.
Segundo o Safernet, organização não governamental (ONG)
que recebe denúncias sobre crimes que ocorrem na internet, em 2016, 39,4 mil páginas da internet foram denunciadas por violações de
direitos humanos, que incluem conteúdos racistas, de incitação à violência,
que contém pornografia infantil, etc.
FONTE: Agência Brasil.
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