quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Resultados de testes apontam relação do zika vírus com o aumento de casos de microcefalia no NE


Resultados de testes feitos no líquido amniótico de duas gestantes que tiveram contato com o zika vírus e cujos bebês foram diagnosticados com microcefalia por exames de ultrassonografia foram divulgados ontem (17) em coletiva de imprensa convocada pelo Ministério da Saúde.

Na ocasião, representantes da pasta disseram que a expansão de casos de zika vírus é a "principal hipótese" para explicar aumento da ocorrência de microcefalia no Nordeste.

A descoberta feita pelo Laboratório de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz) de que o zika vírus é capaz de atravessar a barreira placentária e chegar até o líquido amniótico, fluido que envolve o feto durante a gravidez, é inédita na ciência mundial.

O vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Rodrigo Stabeli, explica que, como o vírus é muito novo em termos epidemiológicos (os primeiros casos no Brasil foram identificados em abril deste ano), ainda não se sabia se ele teria a capacidade de atravessar a barreira placentária durante a gestação. “A placenta é uma barreira natural que previne infecções por vírus e bactérias. Os testes mostraram que o zika tem a capacidade de atravessar essa barreira importante e se concentrar no ambiente gestacional no interior da placenta."


Zika vírus e microcefalia

Com esse resultado, é possível afirmar que a microcefalia aconteceu concomitantemente à infecção do zika vírus no ambiente em que o feto está sendo gerado. “Como esse vírus tem uma manifestação importante no sistema nervoso, isso é uma forte evidência de que o vírus possa estar relacionado com a microcefalia, mas ainda é preciso olhar para mais casos e explorar novas correlações para confirmar esse achado", observa Stabeli.
 
FONTE: Portal G1.

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