segunda-feira, 19 de setembro de 2016

SETEMBRO: Mês de conscientização da Alopécia Areata

A “National Alopecia Areata Foundation” (NAAF) é uma fundação localizada nos Estados Unidos e tem como objetivo apoiar pesquisas para investigação da cura ou tratamento, apoiar os pacientes e educar o público em geral sobre Alopecia Areata.

Em setembro, a NAAF promove um mês inteiro de conscientização da doença, contribuindo para diminuição do preconceito e auxiliando os pacientes a lidarem com a doença.

O acesso ao site da NAAF é pelo endereço: www.naaf.org.

A Dermatologista da Unimed Mossoró, Dra. Patrícia Rossiter,  fala sobre essa doença. Confira:

ENTREVISTA

O que é alopécia areata?

Alopécia significa perda dos cabelos. A Alopécia Areata é um tipo de queda de cabelo. Pode acometer os cabelos e também cílios, sobrancelhas, barba ou pelos de qualquer parte do corpo. Ocorre em homens e mulheres, inclusive em crianças.

Qual é a causa?

O que causa a queda na Alopécia Areata é o ataque dos folículos pilosos pelas células de defesa, por isto é uma doença autoimune.  Muitas vezes, é possível identificar um fator emocional estressante que serve de gatilho para o início do problema.


Alopécia Areata é contagiosa? 

Não é uma doença contagiosa.

É fácil reconhecer a Alopécia Areata?

Sim. O Dermatologista reconhece a Alopécia Areata através da história contada pelo paciente e seu exame dermatológico. Poucas vezes é necessário de mais exames. A história é sempre de uma queda abrupta dos fios, que deixa áreas bem delimitadas de couro cabeludo liso, sem cabelos. Ao tracionar levemente os fios ao redor daquela área, eles se desprendem facilmente, sem causar dor. Esta forma que aparece em áreas é a mais comum, a FORMA LOCALIZADA.

Quais são as formas de Alopécia Areata?

Localizada: ocorrem uma ou mais áreas arredondadas de perda dos cabelos, no couro cabeludo ou no corpo. É a forma mais comum e a que responde melhor ao tratamento.
Alopécia total: é quando se perde todos os cabelos do couro cabeludo.
Alopécia universal: todos os pelos do corpo se perdem, juntamente com os cabelos. O tratamento é mais difícil.

Existem outras causas de queda de cabelo?

Sim, existem muitas causas. A mais comum é a alopécia androgenética, a popular calvície, que acomete até 80% dos homens e 40% das mulheres. Outros tipos de queda podem simular a Alopécia Areata, como a tinea capitis, que é a queda provocada por fungos, e a tricotilomania, que é causada pela compulsão de arrancar os fios de cabelo.

Como é a vida de quem tem Alopécia Areata? Como pode afetar a vida da pessoa?

A queda de cabelo não costuma provocar coceira nem dor física.  O que mais interfere na vida daqueles que têm Alopécia Areata é a vergonha, a falta de informação e o medo de sofrer preconceito.  As mulheres são as que mais sofrem, principalmente com a forma total, por afetar imensamente sua autoestima.

O que tem sido feito para reduzir o preconceito?

A divulgação de informação é a melhor forma de reduzir o preconceito, como estamos fazendo hoje. O incentivo à doação de cabelos para confecção de perucas para estas pacientes também é uma bela iniciativa, como tem sido feito pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. Nas formas que não respondem bem ao tratamento, as perucas devolvem a autoestima dessas mulheres.

Como é o tratamento da Alopécia Areata? 

A modalidade do tratamento é escolhida pelo Dermatologista após avaliar o grau de acometimento e o perfil do paciente. Pode ser feito com tópicos, injetáveis ou medicações sistêmicas, e leva um tempo, semanas, para haver resposta. Com o uso do dermatoscópio, o especialista avalia se a atividade da doença está regredindo ou não e ajusta o uso do remédio a cada nova avaliação. O objetivo é controlar aquele surto de queda, mas outros surtos podem acontecer, e não há como prever se e quando ocorrerão novos surtos no mesmo paciente. Por isso, é importante uma boa relação entre o paciente e a sua dermato, que deve estar disponível para orientar e acompanhar. Como o estresse emocional pode interferir na atividade da doença, e o problema muitas vezes causa alterações de autoestima, também pode ser necessário um acompanhamento psicológico.

Sobre Dra. Patrícia Rossiter

Residência Médica em Dermatologia no HUOL-UFRN. Título de Especialista em Dermatologia pela SBD/AMB. Especialização em Estética e em Tricologia Médica pela USP.  

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