sexta-feira, 13 de maio de 2016

Especialistas confirmam mais um ano de seca; quinto ano seguido

As previsões meteorológicas que apontavam 2016 como mais um ano de seca deverão ser confirmadas. Embora o período chuvoso encerre no final do mês de maio, os meteorologistas afirmam que já é possível classificar 2016 como um ano de chuvas abaixo da média.

De acordo com o meteorologista José Espínola, de janeiro até abril, choveu um acumulado de 306,1 milímetros, enquanto que o volume médio para o período é de 490 milímetros.

No mês de janeiro, as chuvas na região ficaram acima de média, com um volume acumulado de 130 milímetros. Contudo, nos dois meses seguintes, o volume de chuvas ficou muito abaixo da média. Em fevereiro choveu 28 milímetros e em março caiu um volume de chuvas de 62 milímetros. A média para esses meses é, respectivamente, de 100 mm a 160 mm.

Em abril, segundo o meteorologista, o acumulado de chuvas ficou em torno de 80 milímetros, enquanto que a média para o mês é de 170 milímetros. Para o mês de maio, a média esperada é de 100 milímetros, no entanto, até o momento, foram registrados apenas três milímetros de chuvas.

Diante desses números, confirma-se a tendência de chuvas abaixo da média. Considerando o atual cenário, para atingir o volume médio do período chuvoso (de janeiro a maio), que é de 590 milímetros, no mês de maio seria necessário um volume de chuvas superior a 284 milímetros, o que não deverá ocorrer.

Causas
José Espínola explica que o principal motivo para esse cenário é o El Niño, que provoca o aquecimento das águas do oceano Pacífico equatorial e dificulta a formação de nuvens. Esse fenômeno tem sido responsável pelas chuvas na região Sul e pela seca na região do semiárido.
Com a confirmação de mais um ano de seca, a situação no semiárido nordestino pode agravar ainda mais. Após o quarto ano de estiagem severa, a região acumula frustrações na safra, perda de rebanho, escassez da reserva hídrica e dificuldade no abastecimento das zonas urbana e rural.
Maioria dos reservatórios está com nível muito baixo de água

Açude Gargalheiras, em Acari.
Os sequentes anos de seca na região têm gerado uma série de dificuldades aos cidadãos potiguares. Entre elas, a mais atenuante é a questão do abastecimento de água.

Atualmente, a maioria dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte está com nível de água muito baixo. Devido a esse cenário, 11 cidades potiguares estão em colapso e mais de 70 municípios estão em sistema de rodízio de abastecimento.

Mesmo com algumas chuvas que vêm caindo desde o início do ano, as precipitações não estão suficientes para amenizar os efeitos da estiagem histórica que assola o sertão potiguar. Em alguns municípios, como Parnamirim e Baia Formosa, o acumulado de chuvas superou os 700 milímetros. No entanto, a má distribuição dessas precipitações não permitiu um aumento significativo no volume de água dos açudes.

Especialistas alertam que o processo de reabastecimento dos reservatórios potiguares deve ser um processo lento. Conforme o meteorologista José Espínola, mesmo que o volume de chuvas neste ano tivesse ficado na média, ainda não teria sido suficiente para reabastecer todos os reservatórios do estado.

O profissional destaca que, devido aos vários anos seguidos de seca, é preciso um longo período seqüente de boas chuvas. Ele estima que, para chegar à capacidade de 100% no volume dos reservatórios do estado, seriam necessários de 3 a 4 anos de chuvas regulares na região.

FONTE: Jornal De Fato.

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