domingo, 1 de maio de 2016

Entrevista especial aborda os problemas na tireoide

Os problemas que afetam a tireoide foram tema de uma entrevista especial publicada ontem (01) no Jornal De Fato. A entrevistada foi a médica endocrinologista da Unimed Mossoró, Dra. Izabel Pinheiro.

Confira abaixo a entrevista na íntegra:

É comum ouvirmos falar de doenças da tireoide, mas muitas pessoas ainda não sabem o que é a tireoide e qual a sua função em nosso corpo. Você pode explicar?

A tireoide é uma glândula com formato parecido com uma borboleta, situada no pescoço, logo abaixo do pomo de Adão. Ela produz hormônios responsáveis pelo controle do nosso metabolismo, atuando na frequência cardíaca, no funcionamento intestinal, no peso, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, na memória, no humor e no controle emocional.

Quais os distúrbios mais comuns da tireoide?

São distúrbios estruturais, que são os nódulos tireoideanos e os distúrbios de função, que podem ser um excesso de produção hormonal (hipertireoidismo) ou uma deficiência na produção (hipotireoidismo).

Quais as principais causas? 

No caso do hipotireoidismo ou hipertireoidismo, a principal causa é autoimune, em que o sistema imunológico do paciente reconhece e "ataca" a tireoide do mesmo, como se fosse um corpo estranho ao organismo. No caso dos nódulos, ocorre uma proliferação anormal das células tireoideanas, por razões ainda não compreendidas.

Quais sintomas de problemas nesta glândula?

O aumento de volume na região do pescoço deve sempre levantar a possibilidade de problemas tireoideanos. No hipertireoidismo, o paciente pode apresentar ansiedade, agitação, palpitações, tremores, perda de peso, intolerância ao calor, diarreia e palpitação. Já no hipotireoidismo o paciente pode apresentar fadiga, sonolência, pele seca, queda de cabelo, ganho de peso, intestino lento e até depressão.

Esses distúrbios podem acarretar problemas graves?

Os nódulos são, em sua maioria, benignos, mas em cerca de 5% dos casos podem abrigar um câncer. No hipertireoidismo, pode haver arritmias e insuficiência cardíaca e acometimento ocular importante. No hipotireoidismo descompensado de longa data, muito raramente o paciente pode chegar a entrar em coma.

São problemas geralmente hereditários?

Pessoas com história familiar de doença tireoidiana, principalmente de origem materna, têm maior risco de desenvolverem o mesmo problema.

Existe um grupo de pessoas mais afetado? Ou um grupo de risco?

Sim: as mulheres, os indivíduos acima de 60 anos e as pessoas que utilizam determinados medicamentos, como amiodarona ou lítio, por exemplo. Apesar disso, homens, mulheres e crianças podem ser acometidas.

Quando procurar o médico? 

Na vigência dos sintomas citados, procurar precocemente um médico endocrinologista para uma adequada investigação.

Como tratar? 

A depender do caso, podemos utilizar medicamentos orais, cirurgia, iodoterapia. Alguns nódulos tireoideanos, após exclusão da possibilidade de câncer, poderão ser apenas acompanhados rigorosamente pelo endocrinologista.

Tem como prevenir?

Infelizmente não há prevenção das doenças tireoideanas.

A alimentação pode interferir no funcionamento da tireoide?

Em áreas deficientes de iodo, algumas doenças tireoideanas são mais comuns. No Brasil, o governo resolveu essa questão determinando que deve ser adicionado iodo no sal de cozinha.

Faltou contemplar algum ponto importante relacionado ao tema?

Vale destacar que mulheres em idade fértil que têm distúrbios na tireóide sempre devem programar o momento da gravidez com seu endocrinologista e manter um acompanhamento de perto.

Dra. Izabel Pinheiro
Graduação na Universidade Federal do Ceará
Residência Médica em Endocrinologia na Universidade Federal de Goiás
Atua como endocrinologista em Mossoró
Contato Consultório: (84) 98188.8001
Instagram: @endocrinologiamossoro

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