segunda-feira, 4 de abril de 2016

América Latina desperdiça até 348 mil toneladas de alimentos por dia

Na América Latina, perde-se ou se desperdiça até 348 mil toneladas de alimentos por dia, cifra que precisa ser reduzida pela metade nos próximos 14 anos, caso a região pretenda alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apontou a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) na quarta-feira, 30 de março.

O terceiro boletim “Perdas e Desperdícios de Alimentos na América Latina e Caribe”, da FAO, lembrou que o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 12 (ODS 12) está justamente voltado para a necessidade de se garantir hábitos de consumo e produção sustentáveis.

Esse objetivo estabelece a meta de se reduzir pela metade, até 2030, o desperdício mundial de alimentos per capita tanto no momento da venda, quanto por parte dos consumidores, assim como nas cadeias de produção e distribuição.

 De acordo com a agência da ONU, 36 milhões de pessoas da região poderiam suprir suas necessidades calóricas somente com os alimentos perdidos nos pontos de venda direta aos consumidores – número que representa um pouco mais que a população do Peru e é maior que o número de pessoas que ainda passam fome na América Latina.

América Latina e Caribe se mobilizam para reduzir perdas

Cento e vinte e sete milhões de toneladas de alimentos, 223 quilos por cada habitante da região, são os montantes totais anuais de desperdícios na região da América Latina e Caribe.

Esses alimentos seriam suficientes para satisfazer as necessidades alimentares de 300 milhões de pessoas, cerca de 37% de todas as pessoas que passam fome em âmbito global.

Avanços no Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica e República Dominicana

No marco das políticas de segurança alimentar, o Brasil tem apresentado projetos de lei para criar uma rede nacional de especialistas, uma política nacional e uma estratégia coordenada para a redução de perdas e desperdícios. Outro projeto de lei busca regulamentar a doação de alimentos.

O Chile desenvolveu estudos preliminares para medir a perda de alface, pão, arroz, batata e produtos do mar, além de atividades de recuperação de alimentos em pontos de vendas e a criação de conselhos para prevenir o desperdício doméstico.

O governo da Colômbia solicitou apoio técnico da FAO para formular políticas públicas para abordar o tema no país. Já na Costa Rica, a Rede para a Diminuição de Perdas e Desperdícios de Alimentos – SAVE FOOD Costa Rica desenvolveu estudos nas cadeias de tomate e lácteos e realizou ações para diminuir os desperdícios em restaurantes e empresas.

O Comitê Dominicano para Evitar as Perdas e os Desperdícios de Alimentos trabalha com o setor público, privado, organismos internacionais e a sociedade civil. O país também desenvolveu um estudo para a consolidação de um Banco de Alimentos.

Fonte: Jornal O Mossoroense.

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