segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Estudo inédito investiga ligação entre microcefalia e alteração na visão

O resultado preliminar de uma pesquisa desenvolvida a partir do acompanhamento de bebês com suspeita de microcefalia na Fundação Altino Ventura, no Recife, mostra que cerca de 40% dos casos de microcefalia relacionada ao zika vírus tiveram problemas anatômicos na formação dos olhos. Os médicos buscam entender o quanto essas lesões prejudicam a visão dos bebês.

A Fundação vem realizando mutirões de atendimento, sendo o terceiro deles nesta segunda-feira (11). Desde dezembro do ano passado, foram atendidos 79 bebês com suspeitas de microcefalia. Os exames de 55 foram concluídos. A malformação de 40 destes bebês está relacionada ao zika vírus e, destes, cerca de 40% apresentaram problemas na visão.

O professor de Oftamologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Maurício Maia, ressalta que essa é a primeira vez que um grupo de pesquisas descreve graves lesões nos olhos provocados pela microcefalia associada ao zika. “Na medicina isso ainda não era conhecido nesta doença. O comprometimento da visão vai ser avaliado ainda, mas as lesões são muito sugestivas de que haverá uma perda da visão muito significativa em alguns destes pacientes”, avalia Maia.

As duas alterações mais comuns, segundo os pesquisadores, é a atrofia da retina, que parece uma espécie de cicatriz, e a alteração pigmentar, que são manchas na retina. “A estrutura cerebral neurológica estando comprometida, compromete também o nervo ótico e as canárias da retina. A visão das crianças se torna deficitária”, explica a presidente da fundação, Liana Ventura.

Rio Grande do Norte

Até o momento, foram notificados 173 casos de microcefalia suspeitos de estarem relacionados ao Zica vírus aqui no Rio Grande do Norte. Entre os casos notificados, 3 são intra-útero e 170 nascidos vivos.

De acordo com o mais recente boletim da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), relativo à Semana Epidemiológica 52, os casos notificados sob investigação estão distribuídos em 46 municípios.

Destes, 56 (32,9%) são residentes em Natal, 17 (10%) em Mossoró, 13 (7,6%) em Parnamirim, 11 (6,5%) em Ceará-Mirim e 73 (42,9%) nos demais municípios do estado. Entre os casos notificados, 12 (7,1%) foram a óbito.

FONTE: Portal G1 e SESAP.

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