Desde julho de 2015, o Brasil não registra nenhum caso de sarampo. Após
um ano sem a doença, a circulação endêmica do vírus do sarampo foi considerada
interrompida no país, segundo a presidente do Comitê Internacional de Avaliação
e Documentação da Eliminação do Sarampo, Merceline Dalh-Regis.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial da
Saúde (Opas/OMS), esse resultado foi obtido por meio de uma colaboração entre a
instituição, o Ministério da Saúde, as Secretarias de Saúde do Estado do Ceará
e dos municípios de Fortaleza e Caucaia, da Associação Brasileira de
Enfermagem, além de universidades.
A Opas/OMS colaborou com R$ 1,2 milhão para os custos de ações para
controle do sarampo e com o recrutamento de 165 enfermeiros e auxiliares de
enfermagem.
O Brasil tinha tido uma redução drástica na incidência de sarampo entre
1985 até 2000 e ficou sem registrar casos autóctones até março de 2013, quando
um novo surto eclodiu em Pernambuco e no Ceará. Houve surtos também em 2014 e
2015, principalmente nesses dois estados.
"Sem dúvida é um avanço e uma prova inequívoca daquilo que as
imunizações são capazes de fazer. Erradicamos a varíola, a poliomielite, a
rubéola, o sarampo e caminhamos para o controle de várias outras doenças",
diz o médico Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de
Imunizações (SBIm).
Ele observa, porém, que não se pode baixar a guarda. "O risco de
reintrodução existe sempre, por isso é importante que, mesmo com doenças
controladas, manter a cobertura vacinal".
Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é que o Brasil receba o
certificado de eliminação do sarampo pela OMS até o fim de 2016.
Sobre
a doença
O sarampo é uma doença viral que afeta, sobretudo, crianças. Transmitida
por fluidos nasais e orais, o sarampo se espalha facilmente pelo ar, por
gotículas expelidas em tosses e espirros. A doença manifesta-se cerca de dez
dias após a contaminação e causa febre, coriza, olhos avermelhados e manchas
brancas dentro da boca. Pintas vermelhas aparecem alguns dias depois na pele,
iniciando na face e no pescoço, espalhando-se para o corpo.
Não há tratamento específico para o sarampo, e a maior parte dos
pacientes se recupera em até três semanas. Em crianças desnutridas e pessoas
com imunidade deficiente, a doença pode matar ou causar pneumonia, encefalite,
cegueira e morte.
FONTE: Portal G1.
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